segunda-feira, 25 de junho de 2012

Prometheus


Passaram 33 anos desde que Ridley Scott nos brindou com Alien, o seu primeiro filme de ficção-científica e o seu franchise mais poderoso. Quando o realizador de Blade Runner e Gladiador resolveu voltar ao universo que criou, as expectativas ficaram elevadíssimas.


Prometheus é de facto uma prequela de Alien, mas os momentos que mais os deixam brilhar são aqueles em que se desprende de tudo o que já está estabelecido, e a magia acontece.

A história segue mais uma vez uma fortíssima personagem feminina, com Noomi Rapace a seguir as pisadas de Ellen Ripley, que julga ter descoberto o caminho espacial para os criadores da raça humana. Assim parte da Terra uma equipa, rumo ao desconhecido, procurando a resposta para a maior de todas as perguntas. No entanto, a equipa não encontra uma nova e vasta civilização, mas sim ruínas e novas perguntas que precisarão de ser respondidas.

As questões de quem somos, de onde viemos, e para onde vamos são eternas desde que os humanos se conhecem como humanos, mas não só de humanos se faz esta história. Falar de Prometheus é impossível sem falar de Michael Fassbender, que interpreta aqui um dos personagens mais distintos da sua formidável carreira, um androide sem o qual a história não seria a mesma.

A realização é soberba, claro está, com cenas de uma beleza enorme e outras de uma tensão quase palpável. O filme peca apenas por algumas cenas mais gráficas, especialmente nas partes em que se aproxima mais do seu antecessor.

No geral, grande regresso à forma de Scott e grande filme de ficção científica. Venha uma sequela! 9/10


sexta-feira, 11 de maio de 2012

Dark Shadows


Sombras da Escuridão é um filme que vai criar divisões. Os fãs de Tim Burton e Johnny Depp, ansiosos por ver a sua oitava colaboração, vão certamente adorar o produto final. Os restantes poderão ser afastados por um enredo demasiado novelesco, ou pelo parco desenvolvimento de personagens. Eu devo admitir, adorei!


A história fala-nos de Barnabas Collins, um poderoso magnata da pesca, transformado em vampiro por uma bruxa ciumenta, e aprisionado num caixão durante dois séculos. Inadvertidamente libertado em 1972, Barnabas é um estranho numa terra estranha, e dedica o seu tempo a tentar restaurar a honra e riqueza da sua família.

O filme lida principalmente com os antagonismos criados pelo peculiar Barnabas; quer seja na luta dele para compreender a época e os seus habitantes, quer pela luta que trava com a bruxa Angelique, que durante a sua ausência consolidou a sua posição na vila de Collinsport.

Este é um filme classicamente Tim Burton, o visual negro e melancólico característico está completamente presente, mas é complementado por uma adesão ao visual da época, e à overdose de cores que ela representa. Esta junção é especialmente evidente nas cores do sombrio vampiro Baranbas, quase a preto e branco, e da bruxa Angelique, colorida, sedutora e sensual. O filme diverte qualquer um, com uma comédia deliciosa, a fazer lembrar o velhinho Beetlejuice e também a outra família disfuncional do humor negro, a Família Adams.

Johnny Depp captura na perfeição as excentricidades deste personagem, e Eva Green não lhe fica atrás na pele de Angelique. Infelizmente, o resto dos actores não tem muito espaço para brilhar, fazendo o espectador desejar talvez mais algum tempo de duração para o filme. Michelle Pfeiffer, Helena Bonham Carter, Chloë Grace Moretz ou Jackie Earle Haley são nomes portentosos que já carregaram filmes às costas, mas aqui são papeis bastante secundários. Esta falta de atenção dada aos personagens secundários e aos subplots, permite, no entanto, que o filme se concentre na narrativa principal e não seja tão parecido com a novela em que se inspira. Talvez não fosse tão importante se as personagens não fossem tão caricatas e interessantes, é um defeito que ao mesmo tempo atesta as qualidades do filme.

Em conclusão, há que dizer que este é um filme que não se leva demasiado a sério, mas que promete deixar um sorriso nos lábios de qualquer espectador! Não é perfeito, mas é demasiado delicioso para merecer menos de 10/10


domingo, 6 de maio de 2012

O Desafio da Susi

Parece que a minha peer pressure continua, e a Susi desafiou-me a fazer uma daquelas coisas esquisitas, onde temos que dizer 7 coisas sobre nós, sendo que 3 são falsas. O objectivo é os meus amigáveis leitores adivinharem o que é falso e o que é verdadeiro.

Eu obviamente não mando isto para ninguém, porque quem eu conheço já a Susi marcou (Batoteira).

Aqui vai:
1 - Toda a minha vida, nunca mudei de casa
2 - Adoro comer Nutella à colher
3 - Durante todo o ensino obrigatório, nunca tive positiva a Educação Física
4 - O meu jogo preferido é o Final Fantasy VII
5 - O meu CD preferido é o Scenes from a Memory dos Dream Theater
6 - O meu filme preferido é o Sweeney Todd, do Tim Burton
7 - Detesto estar fechado em casa sem sair


Vá, até é fácil, digo eu, que me conheço. Vejam lá se adivinham. =)

quarta-feira, 2 de maio de 2012

The Avengers


Como já referi, tenho andado a escrever críticas de cinema para o Jornal O Alcoa. Como fã de Banda Desenhada e super-heróis no geral, não pude deixar de ir ver ao cinema um dos filmes do ano, Os Vingadores. A seguir fica a versão completa da crítica, sem cortes.


Em 2008 a empresa de banda desenhada Marvel, responsável pelos eternos X-Men, Homem-Aranha e Quarteto Fantástico, decidiu finalmente fundar o seu próprio estúdio de cinema. O primeiro filme saído da Marvel Studios foi Homem-de-Ferro, um sucesso de bilheteira estrondoso, que começou a delinear aquele que seria o maior projecto de sempre no que toca a filmes de super-heróis, a adaptação para o cinema dos Vingadores.

A Homem-de-Ferro seguiu-se O Incrível Hulk, Homem-de-Ferro 2, Thor e Capitão América: O Primeiro Vingador. Foram cinco filmes que fizeram um trabalho fantástico, estabelecendo de forma perfeita estas personagens maiores do que a própria realidade, monstros, deuses e super soldados, finalmente juntos para travar a maior ameaça de sempre ao nosso mundo.

Como vimos em Thor, Loki, o Deus da travessura, perdeu-se num dos mundos desconhecidos do universo. Foi aí que entrou em contacto com uma raça sedenta de guerra, a quem prometeu o domínio da galáxia, caso conseguisse deitar as mãos ao Cubo que vimos em Capitão América. Assim começa uma guerra que só pode ser ganha por homens extraordinários.

O filme dura mais do que duas horas, mas nunca se torna maçador, mostrando como Capitão América, Thor, Homem-de-Ferro, Hulk, Hawkeye e Viúva Negra se juntam e como cada uma destas fortes personalidades colide e colabora de forma tão sui generis, sempre sob a olho manipulador de Nick Fury. Seria de temer que num filme com tantos personagens alguns saíssem um pouco apagados, mas todos eles têm o seu próprio arco na história, e mesmo Hawkeye e a Viúva Negra, os mais normais do grupo conseguem destacar-se e ter os seus momentos altos. Destaque acima de tudo para o Dr. Bruce Banner e o seu alter-ego. Esta é a primeira vez que Hulk está nas mãos de Mark Ruffalo, o único estreante dos actores principais, e esta é finalmente a escolha perfeita para o papel, roubando-nos a atenção, quer esteja transformado ou não.

Muito se podia falar sobre este filme fantástico, e em particular sobre como finalmente estes personagens estão nas mãos de actores perfeitos para elas. A realização de Joss Whedon também é soberba, quer durante a acção, quer durante a exposição. O realizador ajudou a escrever o argumento, e trás para o cinema toda a experiência que tem tanto a escrever BD dos X-Men, como na realização da série Buffy, a Caçadora de Vampiros.

É difícil chamar a algo perfeito, mas este era um filme difícil, com muito potencial para dar certo, mas também muito que podia correr mal. Quando quase não há espaço para melhorar, perfeito é a palavra certa. Um filme a não perder! 10/10

PS: O 3D do filme não vale a pena, mas vale a pena ver os créditos para ter uma cena extra que nos revela quem é o vilão do próximo filme. Nerdgasm! XD

Reinserção Social



Há muito tempo, era eu um mero estagiário de Comunicação Social e Educação Multimédia, decidi criar um blogue, dada a peer pressure dos meus colegas de trabalho da Focus, dado que quase todos tinham um. Acabado o estágio, acabou-se o tempo para o blogue, e quando ele voltou, instalou-se uma grande amiga minha, a preguiça. Agora que estou de volta, graças mais uma vez à peer pressure (sou tão influenciável), acho que é de bom tom, voltar a fazer uma apresentação.

Ora bem, eu sou o David Sineiro, tenho 24 anos e estou licenciado em Comunicação Social e Educação Multimédia. Sou fotógrafo e escrevo críticas de cinema para o Jornal O Alcoa, além de ter uma rúbrica sobre cinema na Rádio Cister e na Rádio Marinhais. Apesar destes biscates, sou um desempregado que tenta arranjar colocação na área do Jornalismo e da Fotografia, quase sempre sem obter resposta.

Além da Fotografia e do Cinema, adoro Anime e Videojogos. Sou o típico nerd, pelos vistos, apenas mais magro. Deixo-vos com a minha página de Fotografia no Facebook, que espero que visitem e gostem, ela também vai visitar este blogue de vez em quando.
Link: https://www.facebook.com/david.sineiro.fotografia

O Regresso (Não) Anunciado!

CHOQUE! Três anos depois, decidi finalmente pôr em prática o que tenho pensado durante imenso tempo, e voltar ao meu velhinho, mas muito adorado blogue. Pois é amiguinhos (sim, apeteceu-me falar à Batatinha), parece que vou voltar ao blogue com nome político, mas que pouco ou nada fala de política. Agora que já não é uma colecção das minhas vivências e trabalhos em tempo de estágio, este blogue vai servir para falar de mim, do meu trabalho na área da fotografia (sim, parece que me tornei uma espécie de fotógrafo) e claro, dos filmes e jogos com que me vou cruzando. Que se abra a Caixa de Pandora!


PS: Apesar de me terem recomendado começar do zero, gosto demais deste blogue para o eliminar ou pôr de lado. Como diz a música, “The Show Must Go On” =)

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Quando o Cinema Corre no Sangue

Aos 45 anos, Nicolas Cage já participou em 60 diferentes produções, sendo um dos actores mais regulares de Hollywood, e detentor de vários papéis clássicos.

Nicolas Cage nasceu para o cinema. Desde o tio, o realizador d’O Padrinho, Francis Ford Coppola à tia Talia Shire (actriz n’O Padrinho), e passando pelos primos, os realizadores Roman Coppola (CQ) e Sofia Coppola (Virgens Suicídas), toda a sua família tem o cinema no sangue.

Os irmãos de Cage, Christopher Coppola e Mark “The Cope” Coppola são também realizador e locutor de rádio respectivamente.

O actor, nascido a 7 de Janeiro de 1964, que hoje é conhecido do grande público, decidiu desde muito cedo optar por uma carreira na representação, o que o fez mudar o seu nome de Nicolas Kim Coppola para Nicolas Cage, de forma a evitar crescer apenas por se agarrar ao nome do tio, criando assim, a sua própria fama. O nome Cage vem do conhecido herói da Marvel, Luke Cage, um lutador com experiência de rua.
Cage desistiu aos 17 anos da Beverly Hills High School para se dedicar a um curso de teatro, filme e televisão que o preparasse para a sua carreira.

Depois de um papel quase cortado no filme Viver Depressa, de 1982, onde contracenou com Sean Penn (Mystic River), Cage conseguiu um papel no filme do tio Coppola, Juventude Inquieta, de 1983, e um papel principal no filme Valley Girl, também desse ano, onde interpretou um rebelde que vai com uma betinha ao Baile de Finalistas.

Apesar de se tentar distanciar do tio em nome, o actor acabou por participar em vários filmes deste, como Cotton Club (1984) e Peggy Sue Casou-se (1986), que lançaram definitivamente a sua carreira.

A sua paixão pela técnica de representação do método, que consiste em incorporar o personagem e viver como ele até fora do filme, já o levou a destruir o carro telecomandado de um vendedor de rua só para construir a raiva de que precisava para interpretar a sua personagem de Cotton Club, um gangster.
Em 1987, Cage conseguiu papéis principais em dois filmes míticos da sua carreira, a mais tresloucada comédia do irmãos Coen, Arizona Júnior, e a comédia romântica Feitiço da Lua, onde contracena com Cher. Mais tarde, em 1990, David Lynch deu-lhe o papel principal no seu filme Um Coração Selvagem. Todos estes papeis receberam grandes aplausos da crítica, até finalmente Cage receber um Oscar de Melhor Actor Principal pelo filme Morrer em Las Vegas, de 1995.

Em 1996, Cage protagonizou dois filmes produzidos por Jerry Bruckheimer, os blockbusters The Rock: O Rochedo e Con Air: Fortaleza Voadora.

Cage tornou-se oficialmente um homem da acção quando contracenou com John Travolta no filme de John Woo A Outra Face, onde interpreta duas personagens opostas. Participou também em filmes tão variados como o romance Cidade dos Anjos, o thriller Olhos de Serpente, de Brian De Palma, e outro blockbuster de Bruckheimer, Sessenta Segundos, que gira à volta de um ladrão de carros.

Pelo meio, Cage entrou no mal sucedido 8MM, um filme de Joel Schumacher, que conquistou o estatuto de filme de culto, e no mórbido Por um Fio, um dos filmes menos conhecidos de Martin Scorsese. Ambos são filmes onde teve muito boas prestações.
Para o filme de 2001, O Capitão Corelli, Cage aprende a tocar bandolim de raiz, uma nova experiência que não se compara à de realizar o seu primeiro filme, Sonny, com James Franco (Homem-Aranha) no papel de um gigolô acabado de sair do exército.

A segunda e, até agora, última nomeação de Nicolas para o Oscar de Melhor Actor Principal foi para o filme Inadaptado, de 2002, onde Cage interpreta Charlie Kaufman e o seu irmão gémeo imaginário, Donald, um prémio que não ganhou.

Depois de protagonizar Amigos do Alheio, de Ridley Scott (Gladiador), Cage fez de Ben Gates em O Tesouro, uma espécie de Indiana Jones moderno. A estes dois famosos papéis seguiram-se participações em dois filmes de menor divulgação, mas de grande qualidade. O Senhor da Guerra, um satírico filme sobre um traficante de armas, e O Homem do Tempo, o drama peculiar realizado por Gore Verbinski (Piratas da Caraíbas).

No retrato trágico do ataque ao World Trade Center, realizado por Oliver Stone (Platoon), Cage interpreta um polícia que sobrevive à queda das torres ficando enterrado nos escombros durante vários dias. Desde aí, a sua carreira não tem visto os seus melhores dias, desde a participação no horrível O Escolhido ao papel em Next: Sem Alternativa.
Pelo meio salvou-se a adaptação do herói da Marvel Ghost Rider para o grande ecrã e a sequela d’O Tesouro: Livro dos Segredos. Digno de menção é o seu cameo no trailer Werewolf Women of the SS do filme Grindhouse, de Robert Rodriguez (Desperado) e Quentin Tarantino (Pulp Fiction).

Até chegar a Sinais do Tempo, Nicolas ainda participou no remake de Bangkok Dangerous, que também não teve muito sucesso.

Nicolas Cage está longe de ser consensual. As más-línguas chamam-lhe vendido. Dizem que descartou os dramas onde realmente mostra o seu valor para participar em filmes com grandes orçamentos e que pagam bem melhor – basta comparar o seu ordenado em Por um Fio (um milhão de dólares), com o seu ordenado em O Tesouro (20 milhões de dólares). No entanto, o famoso crítico de cinema Rogert Ebert é o primeiro a defendê-lo: “Ao contrário dos considerados ‘grandes actores do nosso tempo’, Nicolas Cage não tem medo de se sujar; de rastejar sob um braço ou se ficar pendurado de cabeça para baixo.”

Cage não o nega, afirmando que quer fazer todo o tipo de filmes. “Quero fazer grandes filmes que são super divertidos de ver, mas também quero fazer filmes que estimulem o espectador e que acordem consciências. Não pensem que todos os filmes serão uma montanha-russa.”

Quando o Conhecimento se Torna uma Maldição

Nicholas Cage regressa ao grande ecrã num tenso thriller de ficção-científica do realizador de Eu, Robot.

Sinais do Futuro, ou Knowing, em Inglês, é um filme fantástico e emocionante... até tentar explicar-se.

Há 50 anos atrás, os alunos de uma escola primária resolveram enterrar no chão um cápsula cheia de desenhos daquilo que achavam que ia ser o futuro. Hoje, a escola conduz uma cerimónia para entregar cada um desses desenhos às crianças que a frequentam. Enquanto vários alunos contemplam os seus desenhos, Caleb Koestler (Chandler Canterburry – O Estranho Caso de Benjamin Button) recebe um papel com números aparentemente colocados ao acaso.

Quando, por acidente, o seu pai, John Koestler (Nicolas Cage – O Tesouro) dá alguma atenção ao papel, detecta nele escrita a data de 11 de Setembro de 2001, com o número exacto de mortes que resultaram dessa tragédia. Perturbado pela descoberta, John dedica-se a constatar que os outros números também são datas catástrofes e o número de mortos que delas resultaram. O protagonista descobre ainda que três delas ainda não aconteceram. Daí até elas começarem a acontecer e até John as tentar parar, não vai muito tempo.
Para além das catástrofes, o personagem de Nicolas Cage terá de lidar com uns estranhos que perseguem o seu filho e o fazem ouvir sons indecifráveis desde que ele recebeu a lista de números. Como tudo isto também aconteceu à miúda que escreveu os números há 50 anos atrás, pai e filho procuram a sua família, na tentativa de melhor compreender os acontecimentos. São elas Diana Wayland (Rose Byrne – 28 Semanas Depois), a filha, e Abby Wayland (Lara Robinson), a neta que também ouve os estranhos.

O filme beneficia imenso por ter sido realizado por Alex Proyas. O realizador de Eu, Robot e O Corvo empresta-lhe a sua visão e mestria extraordinárias, dotando o filme de grande emoção e tensão nas cenas mais indicadas.

O que estraga um pouco a experiência é mesmo o fim, que é demasiado over the top e não consegue atingir o mínimo exigido de credibilidade.

No entanto, não é pelo fim que o filme deixa de ter qualidade em geral. Quer os grandiosos desastres, fabulosamente criados em computador, quer os momentos de grande tensão e até terror que aparecem pelo meio têm um ambiente perfeito, mostrando a vida extra que Alex Proyas dá às suas imagens.
O som ajuda claramente a ambientar o espectador, e este não vai deixar de se manter interessado pelo filme até chegar o ponto inverosímil em que tudo o que acontece é simplesmente incoerente demais para fazer sentido.

Não deixa de ser triste ver um filme que podia, de facto, ser muito bom a ficar-se pelo mediano apenas por causa dos últimos minutos, especialmente quando o guião foi criado de raiz e trabalhado por oito anos. Pedia-se mais desta história que apesar dos recorrentes temas do pai que protege o filho e do herói que tenta salvar as massas, podia ter-se destacado como um novo clássico.

“As pessoas vão ao cinema para ver algo grandioso, algo divertido, algo especial que nunca tenham visto antes.”, diz o produtor Jason Blumenthal (Em Busca da Felicidade), acrescentando: “Nós damos-lhe isso!”

segunda-feira, 20 de abril de 2009

O Cheiro a Pneu Queimado no Asfalto

Pneus aquecidos, nitro a postos, a quarta corrida da série Velocidade Furiosa arranca em grande estilo.

Quem vai ao cinema ver Velozes e Furiosos não vai à procura da próxima Lista de Schindler; vai sim à procura de passar um bom bocado a ver cenas emocionantes e acrobacias que desafiam as leis da física. A quarta iteração da série é isso mesmo; um filme veloz, acrobático e cheio de adrenalina e testosterona.

Velozes e Furiosos é uma continuação da história do primeiro filme e junta de novo o corredor fora-da-lei Dominic Toretto (Vin Diesel - As Crónicas de Riddick) e o agente do FBI, Brian O’Conner (Paul Walker - Bobby Z), os protagonistas da primeira história.

Cinco anos depois de Brian ter deixado Dominic escapar ao braço da lei, ele e a sua namorada Letty (Michelle Rodriguez – Resident Evil) ainda assaltam camiões em movimento. A primeira cena do filme mostra isso mesmo, com Dom e a sua equipa a tentarem roubar os atrelados de um gigantesco camião cisterna. Esta cena é tudo menos brilhante, fazendo antever um filme muito pior do que realmente é.

De facto, o filme, a cargo do realizador Justin Lin, já responsável pelo terceiro filme da série, Velocidade Furiosa: Ligação Tóquio abusou bastante dos limites da realidade e do bom senso na sequência inicial, que acaba num acidente só possível de filmar em CG (gráficos de computador).

A qualidade do filme melhora bastante à medida que o enredo se vai desenvolvendo e que percebemos o que move as personagens a correr desta vez. Tanto as corridas como as perseguições, a pé e de carro, deixam de abusar do CG e são aquilo que deviam ser. Proezas reais com carros reais.

Os carros são realmente o destaque do filme, sendo d lamentar a grande ausência dos tunners de Ligação Tóquio. Mas nem só de carros se faz o eye-candy da película, havendo resmas de raparigas esbeltas pouco vestidas e a trocarem beijos que não são mais que fan-service para o espectador.
Defeitos à parte, o filme fará as delícias dos fãs da série, que poderão ver como Brian, readmitido no FBI, volta a cruzar-se com Dominic e como ambos tentam, pelas suas próprias razões, desmantelar uma operação de tráfico de droga e capturar o seu líder. Pelo meio aprece o drama de Dominic, que convém não revelar e as dúvidas de Brian sobre as suas alianças.

As representações dos actores são dentro da norma, não impressionando nem deixando nada a desejar. Afinal, num filme feito de planos com fracções de segundos há pouco espaço também para dar asas ao talento dos actores.

A música é dentro do estilo dos últimos filmes. Músicas rápidas, barulhentas e que combinadas com as imagens de carros a grande velocidade, conseguem aumentar ainda mais a adrenalina do próprio espectador. E que adrenalina!

A experiência de ver blockbusters no cinema é sempre muito mais estonteante, e este não é excepção. Apesar de acreditarmos sempre que tudo correrá bem para os personagens principais, quem conseguir meter-se dentro do filme vai adorar a viagem e o sentimento de velocidade desta longa-metragem.

A Nova Face da Acção

Vin Diesel é o actor que mais se associa ao género da acção. O ex-porteiro de discoteca tem um talento inato para a cacetada, mas também tem muito mais debaixo do ar duro.

A estrela de Hollywood que protagonizou blockbusters como xXx: Missão Radical, Velocidade Furiosa e As Crónicas de Riddick nasceu em Nova-Iorque a 18 de Julho de 1967.

Filho de mãe italo-americana e de pai afro-americano, Mark Sinclair Vincent, nunca conheceu o seu pai, sendo criado pelo padrasto, um professor de representação que geria um teatro. No entanto, a sua primeira peça chegou-lhe às mãos quando ele e uns amigos, aos sete anos de idade, arrombaram um teatro para o vandalizar. Encontrando a directora artística lá dentro, esta convidou-os a ficar, entregando-lhes guiões e pagando-lhes 20 dólares na condição de irem aos ensaios todos os dias depois da escola.

Desde aí a sua carreira foi evoluindo, graças às suas capacidades, e à companhia do seu padrasto. Aos 17 anos, Mark torna-se porteiro numa discoteca de Nova-Iorque e muda o nome para Vin Diesel. Vin por ser diminutivo de Vincent, Diesel porque os amigos dizem que ele funciona a diesel, dado a sua inesgotável energia.

Depois de três anos a estudar línguas e escrita na universidade, Vin começou a escrever guiões e decidiu desistir do curso para viajar até Hollywood, de forma a promover a sua carreira. Depois de um ano a tentar promover-se e sem ver qualquer valor dado à sua experiência no teatro, Vin decide voltar a casa, onde a mãe lhe oferece o livro Filmes a Preços de Carros Usados.
Foi com 3000 dólares que Vin Diesel realizou, produziu e escreveu a curta de 20 minutos Multi-Facial em que também é o actor principal. A curta conta a história parcialmente auto-biográfica de um actor que lutava para obter trabalho e reconhecimento.

O projecto seguinte também foi escrito, produzido e realizado por Vin. Para conseguir filmar Strays, Diesel teve de recorrer ao telemarketing, através do qual conseguiu juntar quase 50 000 dólares. Apesar de não ser um sucesso com o público, o filme conseguiu ser aceite para o Sundance Film Festival.

Não foi Strays, mas a sua apaixonada performance em Multi-Facial que levou Steven Spielberg a telefonar-lhe e a convidá-lo para integrar o elenco do seu épico de guerra O Resgate do Soldado Ryan, filme que finalmente lançou a sua carreira.

A sua voz grave foi rapidamente desejada para dar vida à personagem que dá o nome ao filme de animação O Gigante de Ferro, papel que lhe valeu muitos aplausos. A sua presença foi requerida em Dinheiro Quente, mas foi em Eclipse Mortal que Vin Diesel encontrou um dos seus mais carismáticos personagens, Richard B. Riddick.

No entanto, foram os papeis principais em xXx: Missão Radical e Velocidade Furiosa que tornaram o nova-iorquino num conhecido do grande público. Uma estrela tinha acabado de nascer.

Daí para a frente, Vin Diesel tornou-se um dos nomes grandes da acção em Hollywood, tendo protagonizado a sequela de Eclipse Mortal, As Crónicas de Riddick. Para isso, Diesel declinou protagonizar Velocidade Mais Furiosa e xXx2: Estado Radical.
Juntamente com o novo filme, Riddick voltou à ribalta noutros meios. Uma curta-metragem de Anime (animação japonesa), The Chronicles of Riddick: Dark Fury e um videojogo de tiros em primeira pessoa, The Chronicles of Riddick: Escape from Butcher Bay continuaram a desenvolver o personagem mais famoso de Vin, tendo ele estado directamente envolvido nestas produções, e tendo emprestado a voz às suas representações em desenho e pixéis.

O videojogo foi produzido pela Tigon Studios, uma companhia de videojogos fundada pelo próprio Vin Diesel e que se foca na produção de jogos com a presença do actor, seja digitalizando a sua figura, seja usando a sua voz. Quase a ser lançados estão Wheelman, um jogo de condução e The Chronicles of Riddick: Assault on Dark Athena, a continuação do primeiro jogo de Riddick.

Em 2005, Diesel fez o seu pior filme, O Chupeta, onde lida com crianças, e que curiosamente foi um sucesso de bilheteira. Depois disso, o actor engordou 20 quilos para interpretar Fat Jackie em Mafioso Quanto Baste, um gangster da máfia que lhe valeu a aclamação da crítica, apesar de ser um fracasso de bilheteira. Esteve ainda quase para protagonizar a adaptação ao cinema do videojogo Hitman, embora tenha acabado apenas como produtor executivo, e protagonizou Babylon A.D., um thriller de ficção-científica.

Para além do cameo no terceiro filme da série Velocidade Furiosa, Diesel aceitou agora voltar para um papel principal na quarta “corrida”.

Em produção está um novo filme baseado n’As Crónicas de Riddick, que em princípio será o segundo filme da trilogia, já que Eclipse Mortal é apenas considerado uma apresentação do personagem.

Vin Diesel ascendeu definitivamente ao estatuto de super-estrela dos filmes de acção, já estando a preparar-se para em 2011 interpretar Hannibal Barca, o bárbaro que tentou conquistar Roma. Um filme que ele também realiza e produz.

No entanto, o nascimento a 2 de Abril da sua filha com a mulher Paloma Jimenez vai mantê-lo ocupado e fora dos filmes por algum tempo.