segunda-feira, 25 de maio de 2009

Quando o Conhecimento se Torna uma Maldição

Nicholas Cage regressa ao grande ecrã num tenso thriller de ficção-científica do realizador de Eu, Robot.

Sinais do Futuro, ou Knowing, em Inglês, é um filme fantástico e emocionante... até tentar explicar-se.

Há 50 anos atrás, os alunos de uma escola primária resolveram enterrar no chão um cápsula cheia de desenhos daquilo que achavam que ia ser o futuro. Hoje, a escola conduz uma cerimónia para entregar cada um desses desenhos às crianças que a frequentam. Enquanto vários alunos contemplam os seus desenhos, Caleb Koestler (Chandler Canterburry – O Estranho Caso de Benjamin Button) recebe um papel com números aparentemente colocados ao acaso.

Quando, por acidente, o seu pai, John Koestler (Nicolas Cage – O Tesouro) dá alguma atenção ao papel, detecta nele escrita a data de 11 de Setembro de 2001, com o número exacto de mortes que resultaram dessa tragédia. Perturbado pela descoberta, John dedica-se a constatar que os outros números também são datas catástrofes e o número de mortos que delas resultaram. O protagonista descobre ainda que três delas ainda não aconteceram. Daí até elas começarem a acontecer e até John as tentar parar, não vai muito tempo.
Para além das catástrofes, o personagem de Nicolas Cage terá de lidar com uns estranhos que perseguem o seu filho e o fazem ouvir sons indecifráveis desde que ele recebeu a lista de números. Como tudo isto também aconteceu à miúda que escreveu os números há 50 anos atrás, pai e filho procuram a sua família, na tentativa de melhor compreender os acontecimentos. São elas Diana Wayland (Rose Byrne – 28 Semanas Depois), a filha, e Abby Wayland (Lara Robinson), a neta que também ouve os estranhos.

O filme beneficia imenso por ter sido realizado por Alex Proyas. O realizador de Eu, Robot e O Corvo empresta-lhe a sua visão e mestria extraordinárias, dotando o filme de grande emoção e tensão nas cenas mais indicadas.

O que estraga um pouco a experiência é mesmo o fim, que é demasiado over the top e não consegue atingir o mínimo exigido de credibilidade.

No entanto, não é pelo fim que o filme deixa de ter qualidade em geral. Quer os grandiosos desastres, fabulosamente criados em computador, quer os momentos de grande tensão e até terror que aparecem pelo meio têm um ambiente perfeito, mostrando a vida extra que Alex Proyas dá às suas imagens.
O som ajuda claramente a ambientar o espectador, e este não vai deixar de se manter interessado pelo filme até chegar o ponto inverosímil em que tudo o que acontece é simplesmente incoerente demais para fazer sentido.

Não deixa de ser triste ver um filme que podia, de facto, ser muito bom a ficar-se pelo mediano apenas por causa dos últimos minutos, especialmente quando o guião foi criado de raiz e trabalhado por oito anos. Pedia-se mais desta história que apesar dos recorrentes temas do pai que protege o filho e do herói que tenta salvar as massas, podia ter-se destacado como um novo clássico.

“As pessoas vão ao cinema para ver algo grandioso, algo divertido, algo especial que nunca tenham visto antes.”, diz o produtor Jason Blumenthal (Em Busca da Felicidade), acrescentando: “Nós damos-lhe isso!”

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