quarta-feira, 1 de abril de 2009

Do Jogo para o Fracasso

Depois de uma adaptação ao cinema falhada em 1994, Street Fighter recebe uma nova versão sem grandes perspectivas de qualidade.

Street Fighter é uma das séries de videojogos de luta mais famosas e bem sucedidas de sempre. Como qualquer propriedade intelectual que se preze, ter sucesso é equivalente a despertar o interesse de Hollywood em fazer uma adaptação própria. Não é preciso enumerar mais do que Resident Evil, Alone in the Dark ou House of the Dead para se perceber que as adaptações de videojogos figuram entre o medíocre e o péssimo.

Quem se lembra da última versão cinematográfica que Hollywood fez de Street Fighter lembrar-se-á certamente dum filme deplorável em que Jean-Claude Van Damme era o protagonista. Quando A Lenda de Chun-Li foi anunciado, as esperanças aumentaram, mas por pouco tempo. Para começar, o filme resolveu descartar os personagens principais dos jogos, incidindo-se na personagem de Chun-Li (como o nome indica). Depois disso, o filme optou por uma abordagem infantil, auto-denominando-se de uma luta entre bem e mal, escuridão e trevas.

Chun-Li (Kristin Kreuk) é uma lutadora de rua que luta para proteger os mais fracos e para encontrar o seu pai, raptado pelo vilão do filme, Bison (Neal McDonogh) e pelo seu capanga Balrog (Michael Clarke Duncan). Também ao serviço de Bison estão Vega (Tabbo, dos Black Eyed Peas) e Cantana (Josie Ho). Pelo caminho, Chun-Li é ajudada pelo seu mestre, Gen (Robin Shou), pelo polícia Charlie Nash (Chris Klein) e a sua parceira Maya Snee (Moon Bloodgood).

O realizador Andrzej Bartkowiak, que adaptou (mal) ao cinema o videojogo Doom, volta a tentar manter algum do espírito do jogo original, através da acção, neste caso, os ataques especiais muito característicos da série da Capcom.

As lutas são o grande atractivo do filme, contando com o coreógrafo Dion Lam, de Spider-Man 2 e da trilogia Matrix. Os actores aguentaram um duro regime de treinos de artes-marciais e aprenderam a lidar com arames, mas as lutas deverão satisfazer qualquer pessoa que vá ao cinema ao domingo à tarde e deixe o cérebro em casa.

Em conclusão, resta recomendar a Hollywood que veja a adaptação em Anime (desenhos animados japoneses) de Street Fighter II. Não há melhor adaptação de um videojogo!

2 comentários:

  1. Filmes live action derivados de adaptações de jogos ou de anime despertam sempre nos fãs mais hardcore um grande receio pelo resultado (normalmente por não ser nada fiel ao original).Não conheço a fundo o universo de Street Fighter mas sou fã da Chun-Li e actriz que a vai representar parece-me bem! Já a vi em Smallville... Talvez se tivesse uns apêndices mamários maiores, seria uma réplica humana à altura XD
    Mas no geral o filme não parece nada fiel ao seu universo, até porque a Chun-Li não é o centro desse universo e porque nem sequer aparecem as personagens mais importantes da série! Enfim...

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  2. Muitas vezes parece que os realizadores não têm o menor conhecimento dos jogos que "tentam" adaptar ao cinema...podem iludir quem pouco ou nada se interessa pela essência dos jogos e dos filmes mas acaba sempre por ser um completo fracasso para quem tem o mímino de conhecimento nestas áreas..

    Já agora parabéns pelo blog, pelo que vi está muito bem conseguido e os textos estão fantásticos. :)

    Não te percas ai por Lisboa

    Filipe

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