quarta-feira, 8 de abril de 2009

Ela pede mais Crédito... para o Filme

Em tempos de crise, Jerry Bruckheimer ataca com um filme sobre uma viciada em compras. Louca por Compras cheira a hipocrisia.

Qualquer filme em que um pai, durante tempos de crise, diga a uma filha “Se a economia pode estar endividada em biliões de dólares e sobreviver, tu também podes!” é uma autêntica lição sobre mau gosto e falta de tacto no cinema.

A mais recente produção de Bruckheimer é isso mesmo: um filme sobre uma jornalista que é despedida com uma dívida de 16 mil dólares no cartão de crédito. E o que faz ela? Gasta ainda mais dinheiro e consegue um emprego numa revista financeira que a projecta para a fama mundial devido apenas a uma simples coluna sobre como poupar. Perante tal argumento, é impossível encarar este filme com seriedade, mais vale deixar o cérebro em casa e encará-lo como uma sucessão de eventos cómicos sem qualquer ligação com a realidade.

O realizador P.J. Hogan (O Casamento do Meu Melhor Amigo) dirige esta adaptação ao cinema da série de livros de Sophie Kinsella, que vendeu 15 mil exemplares em todo o mundo, e que é protagonizada por Isla Fisher (Os Fura-Casamentos).

Rebecca, a personagem de Isla, é a típica personagem distraída das comédias românticas. O filme acompanha-a de palermice em palermice, tentando a todo o custo esconder o seu vício dos novos colegas, e tentando conquistar o seu patrão novo. Uma história semelhante com contornos diferentes podia ter sido uma boa lição, uma comédia engraçada e um filme soft para ver com os amigos mas não. É difícil gostar de uma personagem tão fútil e que só pensa na próxima mala a comprar, e isso desliga o espectador de toda a experiência. Um insulto a todas as mulheres que gostam de compras.

Mas nem tudo é mau, o filme passa pelas lojas mais glamorosas de Nova Iorque, e conta com um guarda-roupa excelente, a cargo de Patricia Field, já responsável pelo mesmo campo em O Diabo Veste Prada e O Sexo e a Cidade e nomeada para um Oscar pelo primeiro.

O filme também conta com John Goodman (Os Flintstones) e Kristin Scott Thomas (O Paciente Inglês), mas não é algo que se recomende a não ser a grandes fãs de tretas.

1 comentário:

  1. LOL! És um bocado bruto... Ainda bem que este texto não saiu assim na revista, não é trabalho isento sr Sineiro!! Mas face à crise mundial, é de facto é uma péssima altura para ser apresentado ao público... Parece ser feito de uma grande dose de futilidade, irrealismo fantasia...Mas perfeito para adolescentes histéricas e sonhadoras!

    PS: Não te sintas mal por teres de escrever sobre este tipo de filme =p

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