quinta-feira, 19 de março de 2009

Sócrates engorda à base de Ts



Há uns dias atrás, o Correio da Manhã noticiava o aumento de oito quilogramas no peso do Primeiro-ministro deste nosso Portugal, José Sócrates. O CM citava fontes próximas de Sócrates para justificar esta informação e indicava como causa o facto do PM ter deixado de fumar.


No entanto, aqui ofereço outra versão, para a explicar, recomendo que leiam o texto de um dos meus humoristas favoritos, Ricardo Araújo Pereira, que o escreve com a audácia e a acutilância de sempre:


«Que dizer do caso Freeport que ainda não tenha sido referido por outros? Eis um problema que não afecta este vosso amigo. Vasco Pulido Valente, Pacheco Pereira e eu temos a mesma sorte: acontece com muita frequência os cronistas que nos precedem falharem o essencial. Entretêm-se com o supérfluo, esmiúçam os aspectos menos importantes dos assuntos e deixam, livre de toda a palha, o núcleo essencial dos problemas à mercê de ser colhido por nós. Foi o que sucedeu com o caso Freeport. Analistas atrás de analistas têm vindo a ignorar o facto central de todo este processo: Sócrates diz Freepor. Este é o primeiro ponto essencial que ninguém referiu. Toda a gente diz Freeport, menos José Sócrates, que diz Freepor. Parece claro, por isso, que Sócrates recusa revelar tudo neste caso, nomeadamente o t final de Freeport, que nunca articula. Parece impossível que um político que tanto se tem batido pelo ensino do inglês não seja capaz de pronunciar correctamente uma palavra inglesa. Portugal assiste, portanto, a dois casos em vez de um: o caso Freeport e o caso Freepor. Este último – que, recordemos, foi denunciado por mim –, acaba por ser mais rico e intrigante do que o primeiro, porquanto junta às suspeitas de corrupção o mistério do desaparecimento de uma consoante. Além disso, entronca num caso antigo, na medida em que recupera as dúvidas que existiam quanto às competências do primeiro-ministro no âmbito do inglês técnico.


O segundo ponto essencial que a imprensa tem esquecido é o motivo. Sócrates tinha ou não uma razão forte e privada para favorecer a construção do Freeport? Não é preciso pensar muito para concluir que sim. A quem interessa um outlet com lojas de roupa de marca mais barata perto de Lisboa? Ao sexto homem mais elegante do mundo, certamente. O Freeport permite-lhe manter a mesma elegância, mas a preços mais baixos. Não sei se o primeiro-ministro cometeu alguma infracção ética ou até algum delito no caso Freeport, mas não deve ser menosprezada a ambição, inerente à condição humana, de ultrapassar o Karl Lagerfeld em garbo.


O terceiro ponto menosprezado pela comunicação social tem a ver com o facto que precipitou a investigação. Ao que parece, o juiz desconfiou do modo como o projecto foi licenciado. De acordo com a descrição do magistrado, tudo se passou de forma impecável, célere e competente. Estava à vista de todos que alguma coisa estava mal. Em Portugal, este costuma ser um bom método para descobrir ilegalidades. Se um projecto é aprovado dentro do prazo, alguém anda a receber dinheiro por fora. Normalmente, quando alguma coisa corre bem, é sinal de que há moscambilha.»


Ricardo Araújo Pereira, Boca do Inferno, Revista Visão


Parece-me claro que a gordura a mais se deve ao facto de Sócrates papar todos aqueles Ts e não a deixar de fumar… Senhor Primeiro-ministro: toda a gente sabe que o Y engorda muito menos!


1 comentário:

  1. De facto é um assunto deveras interessante o facto de o primeiro ministro ter engordado. As objectivas dos fotógrafos são incisivas e o facto de o Sr. José Sócrates poder a vir não caber nos seus fatos de marca e perder o lugar como um dos mais elegantes do mundo, é preocupante....

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