quarta-feira, 18 de março de 2009

Who Watches the Watchmen?

Depois do excelente desempenho ao leme de 300, Zack Snyder volta com a adaptação cinematográfica de mais uma novela gráfica, Watchmen.

Em 1986 o argumentista Alan Moore e o desenhador Dave Gibbons criaram aquela que é hoje considerada o pináculo das novelas gráficas: Watchmen. Com a sua história madura e temática actual, esta foi uma obra aclamada mundialmente, não só no mundo dos comics, mas também pela crítica literária em geral.

Numa América alternativa em 1985, super-heróis mascarados são o prato do dia, e a tensão entre os EUA e a URSS aproxima-se cada vez mais do ponto de ruptura.

Quando um dos seus colegas mascarados é assassinado, o super-herói banido Rorschach, na companhia dos seus antigos colegas de combate ao crime, investiga uma perturbadora conspiração que visa matar e descredibilizar todos os super-heróis actuais e retirados. As repercussões desta conspiração serão catastróficas para o futuro.

Depois de muitas tentativas falhadas, a adaptação cinematográfica ganhou forma às mãos da Warner Bros e da Paramout Pictures. Adaptada para o ecrã por David Hayter (escritor de X-Men e X2) e realizada por Zack Snyder (300), esta promete ser mais uma adaptação bem sucedida. Já o escritor original, Alan Moore, optou por se demarcar desta produção de Hollywood, revelando que não deseja que o seu trabalho seja adaptado por uma indústria que “faz a papinha” ao espectador. “Somos como um pássaro recém-nascido à espera que Hollywood, nos dê minhocas regurgitadas a comer. Mas eu estou farto de minhocas, quero ir jantar fora!” – diz Moore, afirmando que não verá a película.

Snyder, apesar do afastamento do criador, trata esta película com o amor com que tratou 300; a novela gráfica é o storyboard do filme, e toda a palete de cores utilizada reflecte o grafismo original dos desenhos de Gibbons. Olhando para estes vigilantes, Snyder faz a pergunta: “Quem tem o direito de dizer o que é certo ou errado? Quem julga aqueles que decidem o que é certo ou errado?”.

Tal como em 300, os cenários criados em computador abundam, e quem vir o trailer pode ter uma boa ideia da mestria com que Zack Snyder maneja a câmara nestes ambientes virtuais.

Na equipa, Snyder conta com a colaboração de vários colegas de 300, entre eles o Compositor e o Director de Fotografia.

A lista de actores não conta com nomes muito sonantes, talvez para o espectador não se ligar ao actor, mas exclusivamente às personagens, que embora invoquem conhecidos heróis de BD, são originais. A equipa é constituída por Jackie Earle Haley (Little Children), Patrick Wilson (Hard Candy), Malin Akerman (The Heartbreak Kid), Billy Crudup (Big Fish), Matthew Goode (Copying Beethoven) e Jeffrey Dean Morgan (The Accidental Husband). “Mais humanos que super”, estes são heróis que lidam com os diversos problemas éticos e pessoais desta sociedade distópica. Dave Gibbons comenta que apesar da realidade da Guerra-Fria ser passado, “há novos medos de destruição maciça, portanto penso que a paranóia estará sempre presente”.

De facto, este não é um filme para crianças. Apesar de estar repleto de super-heróis, os seus temas são muito maduros e ao longo do filme, ossos partem-se e cabeças são rachadas, ao já conhecido estilo de Snyder.

“Sempre se disse que não era possível filmar Watchmen”, diz Zack Snyder, no entanto, ele aí está: o primeiro blockbuster do ano e um dos filmes mais esperados de 2009.

*publicado na Focus 490

1 comentário:

  1. Um dos filmes mais esperados do ano e dos que mais corresponde às mesmas sem desiludir o público, mesmo os que não tinham qualquer conhecimento acerca da obra original

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